Paris Parte I
Acabei de me lembrar, uma vez em Paris... Viajei com a total falta de perspectiva deliciosa da adolescência. Acho que usava roupas muito justas para os moldes europeus, acredito que seja esse o motivo dos assédios! Primeiro, um louco brasileiro, que morava no areoporto, me seguia, após ouvir eu telefonando em português, nas épocas das fichas telefônicas. Então moças que trabalhavam lá me resgataram, me soltaram só quando meu ônibus chegou para o centro. No ônibus perguntei para um moço sobre o endereço que eu estava indo, ele falava espanhol , era argentino, me explicou, mas resolveu me levar até a porta da loja da mãe de um amigo brasileiro, quem iria arrumar um hotel ou quarto para mim na cidade. Ele me deixou e foi embora, antes disso minha camisa abriu e ele me avisou.
A mulher era uma perua, aos berros xingava em português os clientes japoneses, fingindo ser legar e ao mesmo tempo, questionava porque havia uma leva de brasileiros em Paris; sem eu pedir, disse que a casa estava cheia, mas que a sua sobrinha ia arrumar um quarto para mim em um hostel. Não falei uma palavra e fui embora com o endereço no papel, já estava tudo arrumado.
No hostel os três atentendes perderam dez minutos fazendo piada por eu não falar francês, não respondi nada, nem ri, esperei a chave. Subi, várias pessoas estranhas no meu quarto, um australiano tentando convencer todos sobre ovni, tomei banho em banheiro coletivo, escutei várias histórias dos estranhos, fui a lanchonete dos hostel e grupos de adolescentes festejavam e eu me comunicava muito pouco. Tanto por falta de vocabulário quanto por falta de interesse. Mas a sensação era muito boa, de ver um filme. Eu não fazia parte de nada daquilo, mas gostava de assistir.
A noite liguei para minha mãe, que não sabia que eu estava em Paris, eu decidi fazer isso de Londres. Ela amou por eu não saber nada da minha viagem e cada ligalção ser um surpresa, essa é a parte boa de uma mãe bipolar, você não leva bronca por fazer absurdo.
A noite o Ernesto apareceu no Hostel, me convidou para passear na cidade. Foi lindo, andamos por Paris, ficamos sentados de frente para o Sena, conversando em portunhol sobre nossas cidades, fizemos piadas, discutimos e quando vi, beijava em um banco, na ponte, de frente para o Sena , em uma noite em Paris. E de pensar que ele teve que descobrir onde eu estava.
No dia seguinte, de manhã, muito cedo, eu estava fazendo chek in (era obrigada a fazer diariamente , pois não havia reservado para a semana toda), então Ernesto chega esbaforido, mandando eu pegar minhas coisas, que eu não ficaria naquele lugar e já tinha conversado com a mãe dele para me hospedar. Pensei na grana que eu iria economizar, fui.
No apartarmento na Rua Rousseau , na Rua Rousseau!!! Acho que foi aí que me toquei que eu estava em Paris! Andava , olhando para todas as placas, todos os escritores que eu deveria ler, estavam lá, já passaram por lá, fizeram algo lá ..... Mon Dieu, estava em Paris!!
A mãe dele fez um escandalo ao me ver , e fez várias perguntas do Brasil e pediu para eu cantar. Ela é médica, argentina, exilada política dos anos 60 e viajou de Kombi para a Bahia em seus áureos tempos. E ao perceber que eu não tinha idéia do que estava fazendo em Paris e que viajava sozinha, me abraçou como se tivesse abrançando a argentina na Bahia.
A mulher era uma perua, aos berros xingava em português os clientes japoneses, fingindo ser legar e ao mesmo tempo, questionava porque havia uma leva de brasileiros em Paris; sem eu pedir, disse que a casa estava cheia, mas que a sua sobrinha ia arrumar um quarto para mim em um hostel. Não falei uma palavra e fui embora com o endereço no papel, já estava tudo arrumado.
No hostel os três atentendes perderam dez minutos fazendo piada por eu não falar francês, não respondi nada, nem ri, esperei a chave. Subi, várias pessoas estranhas no meu quarto, um australiano tentando convencer todos sobre ovni, tomei banho em banheiro coletivo, escutei várias histórias dos estranhos, fui a lanchonete dos hostel e grupos de adolescentes festejavam e eu me comunicava muito pouco. Tanto por falta de vocabulário quanto por falta de interesse. Mas a sensação era muito boa, de ver um filme. Eu não fazia parte de nada daquilo, mas gostava de assistir.
A noite liguei para minha mãe, que não sabia que eu estava em Paris, eu decidi fazer isso de Londres. Ela amou por eu não saber nada da minha viagem e cada ligalção ser um surpresa, essa é a parte boa de uma mãe bipolar, você não leva bronca por fazer absurdo.
A noite o Ernesto apareceu no Hostel, me convidou para passear na cidade. Foi lindo, andamos por Paris, ficamos sentados de frente para o Sena, conversando em portunhol sobre nossas cidades, fizemos piadas, discutimos e quando vi, beijava em um banco, na ponte, de frente para o Sena , em uma noite em Paris. E de pensar que ele teve que descobrir onde eu estava.
No dia seguinte, de manhã, muito cedo, eu estava fazendo chek in (era obrigada a fazer diariamente , pois não havia reservado para a semana toda), então Ernesto chega esbaforido, mandando eu pegar minhas coisas, que eu não ficaria naquele lugar e já tinha conversado com a mãe dele para me hospedar. Pensei na grana que eu iria economizar, fui.
No apartarmento na Rua Rousseau , na Rua Rousseau!!! Acho que foi aí que me toquei que eu estava em Paris! Andava , olhando para todas as placas, todos os escritores que eu deveria ler, estavam lá, já passaram por lá, fizeram algo lá ..... Mon Dieu, estava em Paris!!
A mãe dele fez um escandalo ao me ver , e fez várias perguntas do Brasil e pediu para eu cantar. Ela é médica, argentina, exilada política dos anos 60 e viajou de Kombi para a Bahia em seus áureos tempos. E ao perceber que eu não tinha idéia do que estava fazendo em Paris e que viajava sozinha, me abraçou como se tivesse abrançando a argentina na Bahia.
posted by CriCri at 12:51 AM
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